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Ar Fresco

quinta-feira, dezembro 29, 2005

Novidades...

Em breve o Ar Fresco vai contar com duas "novidades"! Duas novas contratações no mercado de Inverno!

A única promessa que fazem é não prometerem mesmo nada: nem sequer escrever com regularidade...

Em 2006, o Ar Fresco passa de blogue individual a blogue colectivo!

terça-feira, dezembro 20, 2005

Exames (3)

Parecer da APP, em 1996, a favor, quando surgiram as Provas Globais e também sobre o Exame nacional, no qual destaco:

(...)Pensa-se, assim, nas vantagens que resultam da implicação dos professores num trabalho comum [preparação dos exames], na sua responsabilização pelas decisões tomadas; que resultam também da necessidade de um diálogo pedagógico com vantagens para as aprendizagens.(...)

Alunos
(...)Relativamente ao que mais directamente se prende com os alunos, considera-se que muitos deles se implicam mais quando sabem que os espera uma prova que terá peso na sua vida académica. Logo, aprendem mais.(...)

Exames
(...)Deve manter-se o Exame Nacional de final de ciclo do Ensino Secundário.
(...)Acresce a vantagem que se considera ser, em final de estudos de um ciclo que catapulta os alunos para a vida activa ou para o Ensino Superior, uma prova que os coloque todos perante uma prova comum que, teoricamente ( ou desejavelmente ), os torna mais iguais.Talvez que uma razão última em defesa de Provas Globais e de Exame Nacional tenha a ver com o que delas pode resultar para se repensarem as formas de avaliação nas nossas escolas. Porque uma prova de exame é, de alguma maneira, um modelo, sendo bem construída pode ter como consequência que se pensem diferentes formas de avaliar que, inevitavelmente desencadearão diferentes aprendizagens.

[os negritos são da minha autoria]

Passados nove anos, julgo que as razões para a manutenção continuam a ser válidas e substantivas. O que tem falhado nos últimos anos não são somente os resultados, mas a reflexão sobre os resultados e a reflexão sobre as vantagens dos processos de avaliação e sobre os métodos de ensino.

sexta-feira, dezembro 16, 2005

Exames... (2)

No último post havia manifestado a minha perplexidade para com a posição da Associação de Professores de Português (APP). Felizmente o Governo recuou nesta iniciativa e foi ao encontro do que havia afirmado: a necessidade de, no mínimo, se manter o exame de Português (caindo o de Filosofia)

Qual não é o meu espanto quando Paulo Feytor Pinto, presidente da APP, afirmou hoje:

Não percebemos por que é que o Ministério da Educação recuou nesta matéria. Nós concordávamos com o fim do exame obrigatório no 12º ano porque entendemos que não é o exame que resolve os problemas ao nível do desempenho dos alunos.

É óbvio que o exame não surgiu para vir melhorar a qualidade do ensino de Português, isso depende dos professores, do Governo e da própria APP. Os exames servem para muita coisa, que já enunciei aqui.

É esta dimensão sindicalista que me preocupa. Será porque os exames dão muito trabalho a conceber, pôr em prática e corrigir? Será que pelo facto de haver exames, os professores são obrigados a cumprir os programas? Será que os impressiona os maus resultados que constantemente têm vindo a ocorrer neste exame? Ou será, porque, para além das más condições em que trabalham (salas de aula, materiais auxiliares, manuais escolares, dimensão das turmas, "alunos problemáticos"), também eles têm a sua quota de responsabilidade?

As respostas virão com o tempo. Para já, bem haja a Ministra da Educação.

P.S - Sobre este assunto, aconselho também o post de Henrique Jorge.

quarta-feira, dezembro 14, 2005

Àgora (X) - presidenciais: desafio final

É o debate que deverá apurar o candidato que conseguirá o acesso à "Liga dos Campeões", já que o 1º lugar parece encontrado. Quem vencer hoje toma lugar para a segunda volta, se a houver...

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O debate de hoje poderá ser bom para... Cavaco, se hoje à noite tudo descambar para o insulto e troca de acusações.

Quem ganhar o debate de hoje, poderá conseguir vantagem junto do eleitorado. Só as sondagens dirão. Alegre vai ter de provar mais do que (não) fez até agora, não poderá irritar-se como tem feito. Se mantiver a serenidade e explorar os seus pontos fortes pode apresentar-se finalmente como alternativa à esquerda...

(continua)

sexta-feira, dezembro 09, 2005

Exames...

Parece que o Governo pretende acabar com a obrigatoriedade dos exames de Português e Filosofia em todas as áreas educativas do secundário, excepto nas Literaturas. A ideia parece-me absurda!

Se, por um lado, se considera haver muitos exames, que se acabem com todos e façam os que entenderem (os que digam respeito somente à área a que se candidatam) para efeitos de candidatura à universidade. Se, por outro lado, entendem que se devem manter alguns, não faz sentido deixar de fora uma disciplina nuclear como o Português. [Já anteriormente havia defendido a criação de uma "Matemática" para as línguas de modo a que todos os agrupamentos tivessem como disciplinas obrigatórias o Português e a Matemática (embora com níveis de exigência diferentes, consoante o agrupamento).]

Em relação aos exames, julgo que são importantes por várias razões: como aferição da qualidade geral dos alunos que terminam o secundário (ou 3º ciclo); como forma de equilibrar desigualdades de avalição obtida durante a avaliação contínua (p.ex.: alguns colégios particulares eram conhecidos por garantir médias de 17 a Matemática... depois nos exames eram habituais os 4 e 5 valores); e como responsabilização dos alunos pela consolidação de toda a matéria correspondente a esse ano lectivo (julgo, até, que também deveria responsabilizar os professores... mas isso é outra história).

Relativamente às disciplinas em questão, julgo que, pelo menos, o Português seria sempre uma disciplina obrigatória, uma vez que a correcta aprendizagem da língua, da sua estrutura e dos seus autores é fundamental para o desempenho de uma qualquer profissão futura (advogado, arquitecto, médico, economista, engenheiro... etc.). O Português é também necessário para um melhor aproveitamento dos ensinamentos que advirão na universidade.

PS - Mas isto não admira num país onde a Associação de Professores de Português está de acordo. Das duas, três: ou querem menos trabalho, ou não são verdadeiramente representativos do universo de professores de Português, ou então já começamos a compreender o actual estado do ensino, em geral, e do Português, em particular.

terça-feira, dezembro 06, 2005

Literatura (I)

My task . . . is, by the power of the written word to make you hear, to make you feel – it is, before all, to make you see (...)


Joseph Conrad, no prefácio a The Nigger of the "Narcissus"

Life is not a series of gig-lamps symmetrically arranged; life is a luminous halo, a semi-transparent envelope surrounding us from the beginning of consciousness to the end. Is it not the task of the novelist to convey this varying, this unknown and uncircumscribed spirit, whatever aberration or complexity it may display, with as little mixture of the alien and external as possible?


Virginia Woolf, in Modern Fiction